capítulo um
1. Guerra é um assunto de importância vital para o Estado; uma questão de vida ou morte, a estrada da sobrevivência ou da ruína. É obrigatório que seja completamente estudada. Trata-se de assunto sério. Há apreensão quando homens se lançam a ela sem a devida reflexão. Quem despreza o tema evidencia uma lamentável indiferença pela conservação ou pela perda do que mais devemos prezar, que é a nossa segurança.
2. A guerra possui cinco fatores fundamentais: o primeiro é a influência moral; o segundo, tempo; o terceiro, terreno; o quarto, comando; e o quinto, disciplina.
3. Se almejamos glória e sucesso mediante o uso das armas, devemos levar em alta consideração esses cinco fatores e avaliar, sempre, o quanto cada um deles é essencial. Aqueles que dominam essa reflexão, vencem; os que não, são derrotados.
3. a) A influência moral refere-se à lei moral vigente, à harmonia entre o povo e seus líderes, de forma que todos estarão unidos na vida e para a morte, sem temor do perigo fatal.
3. b) O tempo abrange a interação de forças naturais; os efeitos do frio do inverno, do verão; e a conduta das operações militares de acordo com as condições climáticas.
3. c) O terreno implica distâncias: se é atravessado com facilidade ou dificuldade, se é aberto ou restrito e as probabilidades de sobrevivência nele.
3. d) O comando engloba as qualidades do general: sabedoria, sinceridade, humanidade, coragem e severidade.
3. e) A disciplina invoca respeito à hierarquia, organização, controle, atribuição de funções apropriadas aos oficiais subalternos, regulamento de rotas de suprimento e provisão dos itens principais usados pelo exército.
4. Se soubermos qual general respeita a doutrina moral, qual é o mais capaz de adaptar-se às condições do tempo; qual exército tira vantagem da natureza e do terreno; quais regulamentos são mais bem executados e quem administra recompensas e punições de maneira mais iluminada; e ainda quais tropas são as mais fortes e organizadas — com oficiais e soldados bem instruídos em suas atribuições —, seremos capazes de prever qual lado será vitorioso e qual será derrotado.
5. Se um general prestar atenção às vantagens de se respeitar os cinco fatores da guerra e adotar para si as cinco virtudes de caráter, estejam certos de que vencerá. Quando se recusar a escutar esta estratégia, certamente será derrotado.
6. O general deverá criar situações que contribuam para a realização dos seus planos. Por "situações" entende-se: agir diligentemente, conforme o que é vantajoso e, assim, comandar o equilíbrio. Isto significa aproveitar-se de toda circunstância útil, além das regras comuns, e fazer a correção de rumo do seu planejamento, de acordo com elas.
7. Toda guerra baseia-se no logro. Portanto, quando capaz, finja incapacidade; quando ativo, inatividade. Quando próximo, faça parecer que está muito longe; quando longe, que está próximo. Ofereça ao inimigo uma isca para atraí-lo; finja desordem e o golpeie.
8. Quando o inimigo concentrar suas forças, prepare investidas contra ele, visando-as. No ponto em que é forte, evite-o. Enfureça o general inimigo e o confunda.
9. Finja inferioridade e encoraje a arrogância do inimigo.
10. Mantenha o inimigo sob pressão e vença sua resistência. Quando o inimigo estiver unido, divida-o. Ataque onde ele estiver despreparado; invista quando ele não o estiver esperando. Estas são as chaves do estrategista para a vitória. Não é possível discuti-las antecipadamente.
11. Quando as considerações realizadas pelo comando antes das lutas se efetivarem, indicarem a vitória, é porque se tem força superior à do adversário; mas se estas apontarem derrota, é porque os cálculos evidenciam que se é inferior. Com muitos cálculos, pode-se vencer uma guerra, com poucos, não. Quão pequena é a possibilidade de vitória daquele que nenhum cálculo faz! Mediante tais critérios, examina-se a situação e o que há de acontecer se tornará claramente visível.
capítulo dois
1. O essencial na guerra é a vitória e não operações prolongadas. Quando ela demora a ser conquistada, as armas perdem o corte e o moral da tropa se reduz. Quando atacar as cidades, a força do grupo estará exaurida.
2. Apesar de já termos ouvido falar de velocidade cambiante na guerra, é raro vermos uma operação inteligente que tenha sido propositadamente prolongada e, com isso, beneficiado, efetivamente, um Estado.
3. Aqueles que não compreendem os perigos inerentes ao emprego de tropas são igualmente incapazes de entender as suas vantagens.
4. Os adeptos da guerra calculada não precisam de um segundo recrutamento de soldados, nem de outro aprovisionamento. Eles levam equipamento da pátria e confiam nas provisões do inimigo a ser derrotado. Assim, após a vitória esperada, o exército triunfante ficará fartamente abastecido com comida.
5. Trate bem os prisioneiros e cuide deles, para que possam ser úteis. Isso corresponde a vencer uma batalha e fortalecer-se.
6. Em batalhas de carros, quando mais de dez forem capturados, recompense o que capturou o primeiro; retire as flâmulas e bandeiras inimigas e ponha as suas no lugar; misture os carros capturados com os seus, utilize-os.
7. Se as batalhas forem proteladas, os recursos do Estado não serão suficientes. Fora o custo básico, há os dispêndios imprevistos de manutenção, que se referem à quebra de carros, cavalos esgotados, reposição de armaduras, capacetes, flechas e arcos, lanças e escudos de mão e corpo, saque de animais e vagões de suprimentos etc.
8. Quando as armas estão sem corte, o ardor extinto, a força exaurida e o tesouro vazio, os governantes vizinhos se aproveitarão de sua angústia para agir. Nessa situação, mesmo que pense que tem conselheiros sábios, nenhum deles terá capacidade para elaborar bons planos para o futuro.
9. Quando um Estado está empobrecido por operações militares, o problema é causado, geralmente, pela despesa com transportes por longa distância; ademais, o carregamento de suprimentos por longo período deixa os membros do exército desamparados e famintos.
10. Os preços são altos onde o exército está posicionado; quando os preços sobem, a economia do Estado se exaure. E quando essa riqueza acaba, o camponês fica aflito com as arrecadações urgentes.
11. Se a força do exército estiver esgotada e a riqueza do Estado consumida, os lares, nas planícies centrais, ficarão empobrecidos, com sete décimos de suas riquezas totalmente dissipadas.
12. O general sábio entende que o inimigo deve alimentar suas tropas, pois uma medida 11 de cereais das provisões do adversário equivale a vinte das suas; cem medidas de peso de forragem do oponente correspondem a duas mil das suas.
13. Quando motivadas, as tropas matam o inimigo porque estão enfurecidas.
14. Os que atacam também saqueiam o inimigo porque desejam a riqueza.
15.O general que comanda a guerra é o ministro da sorte do povo e o árbitro do destino da nação.
capítulo três
1. Na guerra, a melhor política, geralmente, é capturar um Estado intacto; arruiná-lo denota atitude inferior.
2. Capturar o exército inimigo ou pegar um batalhão, uma companhia ou um esquadrão de cinco homens intactos é melhor que os destruir.
3. Vencer cem vezes em cem batalhas não é o auge da habilidade, mas, sim, subjugar o inimigo sem precisar lutar.
4. Antes de partir para a guerra, é de suma importância atacar a estratégia inimiga.
5. Depois de atacar a estratégia inimiga, a segunda melhor coisa a fazer é romper suas alianças.
6. Ferida a estratégia e rompidas as alianças inimigas, a melhor atitude a ser tomada é atacar seu exército.
7. A pior política é atacar as cidades. Só as ataque se não houver alternativa.
8. Se um general impaciente ordena que suas tropas enxameiem sob as muralhas como formigas, um terço delas serão mortas antes de tomar a cidade, tal é a calamidade destes ataques.
9. Os que têm experiência em guerras reduzem o exército inimigo sem batalha, capturam as cidades sem assaltá-las e derrubam Estados sem operações prolongadas.
10. Seu objetivo deve ser tomar o império intacto. Assim, suas tropas não se cansarão e seus ganhos serão totais. Eis aí a arte da estratégia ofensiva.
11. A arte do uso de tropas é esta:
11. a) Se dez dos seus e um do inimigo se enfrentam, cerque-o.
11. b) Se sua força é cinco vezes maior, ataque-o.
11. c) Se sua força é duas vezes maior, divida-o.
12. Se as forças hostis forem iguais, você pode enfrentá-las.
13. Se você se reconhece numericamente mais fraco, seja capaz de se retirar.
14. Se, em todos os aspectos, você é desigual ao inimigo, seja capaz de iludi-lo, pois uma força pequena não passa de um prêmio para a mais poderosa.
15. Quando o general é o protetor do Estado, este com certeza será forte se a proteção for totalmente envolvente; será fraco, se defeituosa for essa proteção.
16. Existem três maneiras pelas quais um regente pode levar seu exército ao infortúnio:
16. a) Embaraçando o exército, quando, ignorando que ele não deve avançar, ordena o avanço; ou, ao contrário, ignorando que não deve se retirar, ordena a sua retirada.
16. b) Quando, desconhecendo os assuntos militares, participa da administração dos mesmos. Isto deixa os oficiais perplexos.
16. c) Quando ignora os problemas do comando e compartilha o exercício das responsabilidades militares. Isto gera dúvidas na mente dos oficiais.
17. Sendo o exército confuso e suspeito, os regentes vizinhos serão um permanente problema. Um exército confuso leva o outro à vitória.
18. Existem cinco circunstâncias em que o caminho da vitória pode ser previsto:
18. a) Será vitorioso aquele que sabe quando pode lutar e quando não pode.
18. b) Será vitorioso quem sabe quando usar tanto as grandes quanto as pequenas forças.
18. c) Será vitorioso aquele que tem as tropas unidas por um propósito.
18. d) Será vitorioso aquele que é prudente e fica à espera do inimigo potencial, ou seja, aquele que ainda não é adversário, mas que amanhã poderá sê-lo.
18. e) Será vitorioso aquele cujos generais são capazes e não sofrem interferências de seu soberano.
19. Conheça o inimigo e conheça a si mesmo; assim, em uma centena de batalhas, você nunca correrá perigo. Quando se desconhece o inimigo, mas se conhece a si mesmo são iguais as suas oportunidades de ganhar ou perder. Mas desconhecer-se a ambos, certamente se estará em perigo em todas as batalhas.
capítulo quatro
1. Antigamente, os guerreiros hábeis tornavam-se primeiramente invencíveis e, depois, esperavam o momento em que o inimigo estivesse vulnerável. Contudo, sua invencibilidade depende de você mesmo; a vulnerabilidade do adversário depende dele.
2. Os habilidosos na guerra podem tornar-se invencíveis, mas não podem causar a vulnerabilidade inimiga.
3. Alguém pode saber como vencer, mas não necessariamente vencer.
4. A invencibilidade reside na defesa; a possibilidade de vitória no ataque.
5. A defesa acontece quando a própria força é inadequada; o ataque, quando abundante é a força.
6. Os experientes em defesa ocultam-se na nona dobra da terra; os habilidosos no ataque avançam até a nona dobra dos céus e, dessa forma, tornam-se aptos a protegerem a si mesmos e alcançarem a vitória completa.
7. Prever uma vitória que o homem comum pode prever não corresponde ao auge da habilidade.
8. Ser universalmente aclamado como um “perito” pelo triunfo em batalha não é o auge da habilidade, pois derrubar um outono não exige grande força; distinguir o Sol da Lua não corresponde a um teste de visão; escutar um trovejar não indica que se tem audição aguda.
9. Os considerados hábeis em guerra, antigamente, conquistavam um inimigo facilmente conquistável. Portanto, as vitórias de um mestre da guerra não lhe trazem reputação alguma pela sabedoria, nem mérito por seu valor, visto que ele alcança suas vitórias sem errar, ou seja, qualquer coisa que faça assegura seu triunfo, a conquista de um adversário já derrotado.
10. O general hábil assume uma posição em que ninguém o poderá derrotar e não desperdiça qualquer oportunidade de dominar seu inimigo.
11. Um exército vitorioso triunfa antes do embate; um exército perdedor luta na esperança de vencer.
12. Aqueles que são habilidosos na guerra cultivam o Tao, preservam as leis e têm, portanto, capacidade de empreender políticas vitoriosas.
13. Quanto à arte de manobrar tropas e definir táticas, os elementos da arte da guerra são:
13. a) Medida de espaço;
13. b) Estimativa de quantidades;
13. c) Cálculos;
13. d) Comparações;
13. e) Possibilidades de vitória.
14. Na arte da guerra, tudo está interligado: as medidas de espaço são derivadas do terreno; as quantidades derivam das medidas; os diagramas provêm das quantidades; as comparações, dos diagramas; e as vitórias, das comparações.
15. Um exército vitorioso assemelha-se a cem medidas de peso equilibradas contra um grão; para o exército derrotado, seria equilibrar um grão contra cem medidas de peso. Isto se dá porque um bom general consegue fazer seus soldados lutarem à maneira de águas confinadas que, quando liberadas repentinamente, mergulham num abismo sem fim.
16. Um general habilidoso respeita, acima de tudo, a doutrina e adota o comando e a disciplina de forma plena; assim, detém em suas mãos o poder de controlar o sucesso. A mesma regra vale para a tática.
17. A água evita as alturas e se precipita para os baixios. O exército aproveita-se do despreparo do inimigo, ataca-o inesperadamente, evita a força dos ataques inimigos e preenche a falha de suas linhas.
capítulo cinco
1. Geralmente, não há diferença entre administrar muitos e administrar poucos. Trata-se de uma questão de organização.
2. Em geral, não há diferença entre controlar muitos e controlar poucos. Trata-se de uma questão de formações e sinais.
3. Para que o exército sustente o ataque inimigo sem derrota deve-se ter forças extraordinárias e normais.
4. Quando se vê tropas lançadas contra o inimigo tal como um rebolo contra um ovo, tem-se aí um exemplo de um sólido atuando sobre um nulo.
5. Na batalha, valha-se da força normal para o combate e utilize a extraordinária para vencer.
6. Os habilidosos na arte da guerra possuem recursos, no uso das forças extraordinárias, tão infinitos quanto céus e terra; tão incansáveis quanto a correnteza perene dos grandes rios, uma vez que tais recursos acabam e recomeçam, ciclicamente, similarmente aos movimentos do Sol e da Lua. Morrem longe e renascem recorrentemente, como o suceder das estações que a cada ano marcam presença.
7. São apenas cinco as notas musicais; contudo, as melodias que estas produzem são tão numerosas que é impossível ouvir a todas. São apenas cinco as cores primárias, entretanto, as combinações que produzem são tão numerosas que é impossível visualizar a todas. São apenas cinco os sabores, mas suas misturas são tantas que é impossível provar a todas. Na batalha, temos situação idêntica: temos somente forças normais e extraordinárias, mas suas combinações não têm limites; ninguém pode compreender a todas.
8. As forças normais e extraordinárias da guerra são mutuamente reprodutivas; a interação delas é tão infinita quanto aquela de anéis engrenados. Nenhum indivíduo pode definir quando uma acaba e outra se inicia.
9. Quando pedregulhos são lançados por águas torrenciais, é por causa do impulso fluvial; quando o golpe do falcão quebra o corpo de sua presa, é por causa da sincronização. Do mesmo modo, o hábil na guerra domina seu impulso e seu ataque é precisamente ajustado. Seu potencial é o de uma balestra completamente armada; seu sincronismo, a liberação do gatilho.
10. A batalha parece caótica em meio ao tumulto e alvoroço, mas não há desordem; mesmo parecendo girar em círculos, as tropas não podem ser derrotadas.
11. Aparente confusão é produto da boa ordem; aparente covardia, de coragem; aparente fraqueza, de força. Ordem ou desordem dependem de organização; coragem ou covardia, das circunstâncias; força e fraqueza, das disposições.
12. Os habilidosos em levar o inimigo a realizar algum movimento o fazem criando uma situação à qual ele é obrigado a se conformar. Eles o atraem com iscas de lucro ostensivo, oferecendo algo cuja conquista parece certa ao adversário; porém, esperam-no com a força.
13. Um general hábil busca a vitória pela situação e não a exige de seus subordinados; sabe selecionar os homens certos e estes exploram a situação.
14. Confiante na situação, o general vale-se de seus homens em luta como o rolar de troncos e pedras, cuja natureza é a de ficarem estáticos em solo estável; e moverem-se em solo instável. Se for plano, param; se ondulado, rolam. Assim, em batalhas, o potencial de tropas habilmente comandadas compara-se a pedregulhos redondos que rolam montanha abaixo.
capítulo seis
1. Geralmente, quem primeiro ocupa o campo de batalha e põe-se à espera do inimigo, fica à vontade; ficará cansado o que chega com atraso à cena e se apressa em lutar.
2. São os habilidosos na guerra que trazem o inimigo ao campo de batalha e não o contrário, ou seja, evitam ser trazidos por ele.
3. Quem é capaz de trazer o inimigo para o seu próprio acordo, o faz oferecendo alguma vantagem. E quem é capaz de impedi-lo de vir, o faz ferindo-o.
4. Seja capaz de cansar o inimigo quando ele está confortável; faça com que passe fome, quando bem alimentado; faça-o mover-se, quando descansando.
5. Surja em lugares nos quais o adversário precisará acelerar; mova-se rapidamente onde ele não o espera.
6. Se você puder marchar mil li sem se cansar, é porque está viajando por onde não há inimigos.
7. Ter certeza de tomar aquilo que ataca é atacar uma posição que o inimigo não protege; ter certeza de manter aquilo que defende é defender uma posição que o inimigo não ataca. Portanto, saiba que, ao enfrentar os habilidosos no ataque, um inimigo não sabe onde defender. Do mesmo modo, ele não sabe onde atacar, quando combate os peritos em defesa.
8. Na guerra, o perito age de maneira sutil e insubstancial, não deixa pistas; divinamente misterioso, é inaudível; torna-se, ele próprio, senhor do destino de seu inimigo.
9. Que o seu avanço na guerra seja como um mergulho irresistível nas posições fracas do inimigo; seja aquele que, na sua retirada, não pode ser perseguido, e mova-se tão rapidamente a ponto de não poder ser ultrapassado.
10. Se desejo batalhar, meu inimigo não pode fazer nada além de me enfrentar, mesmo protegido por muralhas altas e vales profundos. É obrigado a ir à luta, pois ataco uma posição que precisa socorrer.
11. Se desejo evitar a batalha, basta apenas riscar uma linha no solo para me defender; o inimigo será incapaz de me atacar, porque eu o desviei do lugar em que almejava ir.
12. Sendo capaz de determinar as disposições inimigas, enquanto simultaneamente escondo as minhas, posso então me concentrar e o inimigo deve se dividir. Nessa situação, numericamente superior, posso usar toda a minha força para atacar uma fração da dele. E se posso usar muitos para atacar poucos em um ponto determinado, aqueles com quem negócio se verão em triste necessidade.
13. Não se deve deixar o inimigo saber onde tenho intenção de batalhar, pois assim ele precisará preparar-se em muitos lugares, de modo que os hostis que lutarão em qualquer lugar serão poucos.
14. Se o adversário se preparar na frente, sua retaguarda estará frágil; se pela retaguarda, seu front estará fraco; se à esquerda, sua direita estará vulnerável; e se pela direita, haverá poucos à esquerda. E quando se prepara em todos os lados, estará fraco em todos eles.
15. Deve-se preparar contra o inimigo aquele que tem poucos homens; quem tem muitos deve impedir que o inimigo se prepare contra ele.
16. Se o inimigo conhece antecipadamente o local da batalha, suas tropas podem marchar mil li e se preparar no campo indicado. Mas, se não conhece o lugar nem o dia certo, a esquerda não poderá apoiar a direita; ou a direita à esquerda; o front à retaguarda; e a retaguarda ao front. Isso acontece quer eles estejam próximos ou distantes entre si.
17. Embora eu estime que o adversário tenha muitas tropas, qual o benefício dessa superioridade em relação ao resultado? Assim, digo que a vitória pode ser construída; mesmo que o inimigo seja numeroso, posso impedi-lo de me enfrentar, mediante estes procedimentos:
17. a) Analise os planos de seu adversário e saberá qual a estratégia bem-sucedida ou inviável.
17. b) Agite-o e investigue o padrão de seus movimentos.
17. c) Determine as disposições dele; em seguida, fixe o campo de batalha.
17. d) Sonde-o e saiba onde a sua força é abundante ou deficiente.
18. O ideal é que as tropas não tenham uma disposição determinável, para que nem mesmo o espião mais penetrante consiga espreitar e nem o sábio planejar contra você.
19. Posso posicionar-me para a vitória de acordo com a forma de que me disponho, embora a multidão não compreenda isso. Todos até podem ver aspectos externos, mas ninguém entende qual o caminho em que criei o êxito.
20. Quando venço, não repito minhas táticas na próxima batalha, mas respondo às circunstâncias com uma diversidade infinita de modos.
21. Um exército pode assemelhar-se às águas correntes que se desviam das terras altas e rumam em direção às terras baixas, pois pode evitar a força do inimigo e arrasar a sua fraqueza. Tal como a água molda o seu fluxo, de acordo com o tipo de terreno, um exército administra sua vitória conforme a situação do adversário. A água não possui uma forma constante; na guerra, também não há condições constantes.
22. Pode ser chamado de divino quem é capaz de vencer por modificar suas táticas de acordo com a situação inimiga, pois, dos cinco elementos, nenhum é sempre predominante; das quatro estações, nenhuma dura para sempre; dos dias, uns são longos e outros curtos e a lua cresce e míngua.
capítulo sete
1. Quando o exército deve agir, o general recebe as ordens do soberano. A seguir, reúne as tropas e mobiliza as pessoas. Mescla o exército, tornando-o uma entidade harmoniosa, e depois acampa.
2. O que é difícil, na arte das manobras, é fazer com que o desvio seja o mais direto possível, transformando o infortúnio em vantagem.
3. Marche por uma rota indireta e distraia o inimigo, atraindo-o com uma isca. Assim, você pode iniciar sua caminhada depois dele e ainda chegar antes no campo de batalha. Quem assim procede entende a estratégia do direto e indireto.
4. Na guerra, tanto a vantagem quanto o perigo são inerentes às manobras.
5. O general que coloca todo o exército em movimento à caça de uma vantagem acabará por não a obter, se abandona o acampamento para lutar por uma posição vantajosa, os suprimentos estarão perdidos.
6. Quando se enrola a armadura e se parte com rapidez, em movimentação diuturna, marchando o dobro do tempo por cem li, os três oficiais serão capturados, pois tropas vigorosas chegarão primeiro e as fracas irão demorar-se na retaguarda. Assim, apenas um décimo do exército chegará ao objetivo, se este método for empregado.
7. Numa marcha forçada de cinquenta li, o oficial do front cairá. E ao usar este método, apenas metade do exército chegará ao objetivo. Em marcha forçada de trinta li, somente dois terços chegarão. Assim, um exército que carece de equipamentos pesados, ferragens, comida e provisões estará perdido.
8. Não podem conduzir a marcha de um exército aqueles que não conhecem as condições de montanhas e florestas, desfiladeiros, pântanos e terrenos perigosos. E os que não usam guias locais são incapazes de obter as vantagens do terreno.
9. A guerra baseia-se no logro. Quando for vantajoso, mova-se e promova mudanças na situação, dispersando e concentrando suas forças.
10. Tão insondável como as nuvens, mova-se como um raio quando em campanha. Seja rápido como o vento quando em marcha; em repouso, majestoso como a floresta; na invasão e embuste, ardente como o fogo; em reputação, firme como as montanhas.
11. Ao saquear o país vizinho, divida suas forças. Conquistado o território, divida o butim.
12. Em guerra, avalie a situação. Depois, mova-se.
13. O general que conhece a arte da aproximação direta e indireta será vitorioso. Esta é a arte das manobras.
14. Gongos e tambores, bandeiras e flâmulas são usadas para focalizar a atenção das tropas. Quando a tropa consegue manter-se unida: o bravo não poderá avançar sozinho, nem o covarde poderá desistir. Esta é a arte de comandar um exército.
15. À noite, use muitas tochas e tambores ao lutar; de dia, muitas bandeiras e flâmulas. Assim, estará influenciando a visão e os ouvidos de suas tropas.
16. Um exército pode ser despojado de seu espírito e seu general privado de sua coragem.
17. Ao amanhecer, os espíritos estão afiados; durante o dia, esmorecem e, à noite, os pensamentos volvem-se para o lar.
18. Na guerra, o controle do fator moral reside nisto: quando o espírito do inimigo está aguçado, os habilidosos o evitam; mas o atacam quando está desanimado e seus soldados nostálgicos.
19. Na guerra, o controle do fator mental reside nisto: em boa ordem, os habilidosos esperam o inimigo desorganizado; em serenidade, o clamoroso.
20. Na guerra, o controle do fator mental reside nisto: perto do campo de batalha, os habilidosos esperam um inimigo que vem de longe; em descanso, um inimigo exausto; com tropas bem alimentadas, um inimigo faminto.
21. Na guerra, o controle do fator de circunstâncias variáveis reside nisto: os habilidosos não enfrentam um inimigo que avança com bandeiras bem-organizadas nem aqueles cujas formações encontram-se em excelente ordem.
22. A arte de empregar tropas estabelece: quando o inimigo ocupa terreno alto, não o enfrentar; quando sua retaguarda repousa nas montanhas, não se opor a ele.
23. Quando o inimigo finge fugir da batalha, não o persiga.
24. Não ataque as tropas de elite do inimigo.
25. Não se deixe enganar por movimentos de tropas inimigas.
26. Não impeça um inimigo de voltar para casa.
27. Para um inimigo cercado, você deve deixar um caminho de fuga.
28. Não pressione um inimigo cercado.
29. Este é o método do emprego de tropas.
capítulo oito
1.Geralmente, o sistema de empregar tropas tem início quando o general é nomeado pelo soberano para mobilizar as pessoas e reunir as tropas.
2. São estas as nove variáveis da guerra, ou circunstâncias, que devem ser observadas por aquele que quer ser vitorioso:
2. a) Não se deve acampar em terras baixas.
2. b) Em regiões de fácil comunicação, una-se a seus aliados.
2. c) Não se demore em terreno desolado.
2. d) Em terreno cercado, a desenvoltura é necessária.
2. e) Em terreno de morte, lute.
2. f) Há certas estradas que não se deve seguir.
2. g) Há cidades que não se deve assaltar; terrenos em que não se luta.
Essa orientação de Sun Tzu provavelmente refere-se a um inimigo em posição estratégica, posicionado atrás de muros altos e fossos profundos, detentor de grande provisão de grãos e alimento e que tem por missão deter a todo custo o exército que ataca.
2. h) Há exércitos que não podem ser atacados.
2. i) Há ocasiões de se ignorar os comandos dos soberanos.
3. Um general totalmente versado nas vantagens das nove variáveis da guerra sabe como empregar as tropas.
4. Se não compreende as vantagens das nove variáveis, ou circunstâncias, o general não será capaz de usar vantajosamente o terreno, mesmo estando familiarizado com ele.
5. Aquele que, na direção das operações militares, não compreende as táticas apropriadas às situações das nove variáveis será incapaz de usar efetivamente suas tropas, mesmo que compreenda as "cinco vantagens".
6. Em suas deliberações, o general sábio deve considerar tanto os fatores favoráveis quanto os desfavoráveis.
7. Ao levar em conta os fatores favoráveis, o hábil general torna seus planos praticáveis; ao levar em conta os desfavoráveis, pode resolver as dificuldades.
8. Quem intimida seus vizinhos inimigos assim o faz para injuriá-los. 9. Mantém o inimigo constantemente ocupado, para cansá-lo, e faz com que corra ao oferecer-lhe vantagens ostensivas.
10. É doutrina de a guerra não assumir que o inimigo desistirá do embate. O ideal é confiar na própria prontidão, para o caso de enfrentá-lo um dia. Antes de presumir que ele não atacará, pensamento que deve ser descartado, torne-se invencível. As “Estratégias de Wu” dizem: “O cavalheiro mantém sua espada ao seu lado, mesmo quando o mundo está em paz”.
11. No caráter de um general, há cinco características perigosas:
11. a) Se negligente, pode ser morto.
11. b) Se covarde, pode ser capturado.
11. c) Se de temperamento impaciente, pode ser feito de tolo.
11. d) Se tem um delicado senso de honra, pode ser caluniado.
11. e) Se tem natureza compassiva, pode ser molestado.
12. Estas cinco peculiaridades do caráter são falhas sérias em um general e, em operações militares, são calamitosas.
13. A ruína do exército e a morte do general são resultados inevitáveis destas cinco deficiências acima citadas, as quais precisam ser profundamente ponderadas.
capítulo nove
1. O general que não considerar, cuidadosamente, a ameaça permanente que representa o seu inimigo poderá ser capturado por ele, após ver seu exército derrotado.
2. Sobre estratégias de acampamento, vamos destacar quatro situações vantajosas que precisam ser avaliadas de acordo com as circunstâncias (usando-as, o Imperador Amarelo conseguiu conquistar quatro soberanos, dominando os reinos vizinhos aos seus). Estes métodos são muito vantajosos para o exército e se aproveitam dos recursos do terreno.
2. a) Quanto a tomar posição nas montanhas:
I — Ao confrontar o inimigo, após ter cruzado as montanhas, fique próximo dos vales.
II — Acampe em terreno alto, voltando-se para o lado ensolarado.
III — Se necessário, lute no declive; não suba para atacar ou defender-se.
2. b) Quanto ao que se relaciona a assumir posições próximas a um rio:
I — Depois de cruzar um rio, é preciso afastar-se um pouco dele.
II — Não confronte, na margem de um rio, um inimigo que irá avançar cruzando a água. A vantagem está em permitir que somente metade das forças dele cruze o rio, para, então, derrubá-las antes que se organizem novamente.
III — Se deseja batalhar, não confronte seu inimigo perto da água, assumindo posição rio abaixo. Ponha-se em terreno alto, voltando-se para a luz do sol.
2. c) Quanto ao que se relaciona a tomar posição em áreas pantanosas e úmidas, ao nível do solo:
I — Não se demore nos pântanos salgados; cruze-os rapidamente...
II — Se encontrar o inimigo em meio a um pântano salgado, será necessário tomar posição perto de relva e água, tendo árvores na retaguarda.
2. d) Quanto ao que se relaciona a tomar posição em terreno plano, planícies secas e contínuas:
I — Ocupe uma posição que facilite sua movimentação.
II — Com morros à sua retaguarda e à direita, o campo de batalha está à frente; e sua retaguarda a salvo.
3. Um exército geralmente prefere o terreno alto ao baixo; aprecia a luz do sol e não gosta da sombra. Assim, a saúde é mantida, enquanto as tropas ocupam uma posição firme. Sem doenças epidêmicas entre os soldados, a vitória fica mais próxima.
4. Quando perto de montes, contrafortes, diques e barragens, é preciso que o exército tome posição no lado ensolarado e descanse sua direita e sua retaguarda naqueles.
5. Em áreas onde existem torrentes íngremes, “Fontes Celestes”, “Prisões Celestes”, “Redes Celestes”, “Armadilhas Celestes”, “Alçapões Celestes” e “Fendas Celestes”, é preciso marchar rapidamente para longe. Não se aproxime desses acidentes geográficos. Mantenho-me à distância deles e arrasto o inimigo em sua direção.
6. Nos flancos do exército, havendo desfiladeiros perigosos ou lagos cobertos por plantas aquáticas, em que as correntezas crescem; ou montanhosas tomadas por florestas com denso emaranhamento de vegetação de solo, é preciso procurar cuidadosamente o inimigo fora daí, porque estas são as posições em se instalam armadilhas e se ocultam os espiões.
7. Se o inimigo está próximo, mas em local baixo, ele depende de uma posição favorável. E quando o desafia de longe para a batalha, deseja, na verdade, seduzi-lo para avançar rumo a uma armadilha, pois, provavelmente, já se encontra em terreno fácil, estando, portanto, em posição vantajosa.
8. Árvores se movendo indicam que o inimigo está avançando.
9. Encontrando-se muitos obstáculos no matagal, entende-se que os mesmos foram lá colocados com o propósito de enganar.
10. O inimigo está emboscado quando se vê pássaros alçando voo. Quando animais selvagens fogem assustados, ele está tentando pegá-lo desprevenido.
11. A chegada de carros é indicada pela poeira subindo em colunas altas e retas, mas quando se mantém a baixa altura e se espalha, é a infantaria que está chegando.
12. Poeira que se eleva em áreas dispersas mostra que o inimigo está coletando lenha; e quando o exército está acampando, há inúmeros pequenos sinais de poeira, que parecem ir e vir. 13. Se os enviados do inimigo se expressam com humildade, mas ele continua com seus preparativos de guerra, este é um sinal de que avançará.
14. Se a mensagem do inimigo é enganosa, mas ele, pretensiosamente, avança, este é um sinal de que se irá retirar.
15. Se os enviados do inimigo se expressam em termos apologéticos, este é um sinal de que ele deseja uma trégua.
16. Se o inimigo pede trégua, sem um acordo prévio, está conspirando.
17. Quando carros leves saem primeiro e tomam posição nos flancos, o inimigo está entrando em formação para a batalha. 18. Se as tropas do inimigo marcham rapidamente e ele usa seus carros de batalha, está esperando com reforços para render-nos.
19. Se metade da força inimiga avança e a outra metade se retira, o adversário está tentando um engodo.
20. Se as tropas inimigas depõem as armas, estão esfomeadas.
21. Se os carregadores de água a bebem antes de carregá-la para o acampamento inimigo, a tropa está morrendo de sede.
22. Se o inimigo vê uma vantagem, mas não avança para tomá-la, está fatigado.
23. Se pássaros sobrevoam os acampamentos do inimigo, eles estão vazios.
24. Se, à noite, o acampamento do inimigo está rumoroso, ele está com medo.
25. Se as tropas estão desorganizadas, o general não tem prestígio.
26. Se as bandeiras e flâmulas do inimigo movem-se constantemente, há desorganização.
27. Se os oficiais inimigos estão mal-humorados, estão exaustos.
28. Se o inimigo fornece grãos aos cavalos e carne a seus homens e se sua tropa nem pendura suas panelas ou retorna a seus abrigos, está desesperado.
29. Se as tropas inimigas se reúnem, continuamente, em pequenos grupos e ficam sussurrando, o general perdeu a confiança do exército.
30. Frequentes premiações mostram que os recursos do general estão no fim; frequentes punições, que se encontra em aflição aguda.
31. Se, de início, os oficiais do inimigo tratam seus homens violentamente e, depois, ficam com medo deles, chegou-se ao limite da indisciplina.
32. É preciso investigar, completamente, a situação em que as tropas inimigas, mesmo estando com o espírito inflamado, o enfrentam, mas não permanecem em batalha por um longo tempo nem se retiram em definitivo.
33. Os números em si não conferem vantagem na guerra. Não avance confiando no poder militar absoluto.
34. Estimar corretamente a situação do inimigo e concentrar sua força para capturá-lo é suficiente. Nada mais é necessário além disso. O general que não prevê e subestima seu adversário certamente será capturado por ele.
35. Punir tropas antes que sua lealdade seja assegurada as tornarão desobedientes. Se não obedecem, é difícil utilizá-las. Se são leais, mas as punições não são reforçadas, você não poderá utilizá-las.
36. O general deve comandar as tropas com civilidade e impregná-las uniformemente com ardor marcial para que possa dizer que a vitória é certa.
37. As tropas serão obedientes se na instrução forem dadas ordens consistentemente efetivas; e serão desobedientes, se receberem ordens não consistentemente efetivas.
38. O relacionamento de um general com suas tropas é satisfatório quando as ordens são consistentemente confiáveis e observadas.
capítulo dez
1. Aqui estão os princípios que se relacionam a seis tipos diferentes de terreno. É a mais alta responsabilidade do general investigá-los com o maior cuidado.
2. De acordo com sua natureza, o terreno pode ser classificado como: acessível, enganoso, indeciso, estreito, íngreme e distante.
2. a) É chamado de acessível o terreno que tanto nós quanto o inimigo podemos atravessar com a mesma facilidade. Em tal solo, pode lutar vantajosamente o primeiro que assume posição ensolarada e elevada, conveniente para suas rotas de suprimentos.
2. b). É chamado de enganoso o terreno do qual é fácil sair, mas difícil retornar. Sua natureza é tal que, caso se faça uma investida contra o inimigo, mas não se vença, de imediato, a batalha, o retorno a esse terreno é difícil. Tal situação não é proveitosa.
2. c) É chamado indeciso o terreno cuja entrada é igualmente desvantajosa para nós e para o inimigo. A natureza deste terreno é tal que, embora o inimigo esteja submetido a um tormento, não sigo adiante, mas o atraio, retirando-me. Depois de colocar em ordem de batalha metade de sua força, posso derrubá-lo vantajosamente.
2. d) Quanto ao chamado terreno estreito, ou comprimido, se sou o primeiro a ocupá-lo, preciso bloquear as passagens e esperar o inimigo. Mas se este, primeiramente, ocupa tal terreno e bloqueia os desfiladeiros, não devo segui-lo; se não os obstruir completamente, posso fazê-lo.
2. e) Em terreno íngreme, preciso tomar posição nas alturas ensolaradas e ficar aguardando o inimigo. Mas se ele ocupar primeiro tal terreno, não o sigo: eu o atraio, retirando-me.
2. f) Se existe uma grande distância em relação à posição de um inimigo de igual força, é difícil provocar a luta e não é proveitoso batalhar na posição escolhida por ele.
3. Se as tropas fogem aflitas, são insubordinadas ou caem na desordem ou debandam, houve falha do general. Estes desastres não podem ser atribuídos a causas naturais.
4. Situação semelhante: se um general lançar sua força contra outra dez vezes maior teremos como resultado a fuga da mais fraca.
5. O exército é insubordinado quando as tropas são fortes e os oficiais fracos.
6. O exército está em perigo quando os oficiais são valentes e as tropas ineficazes.
7. O exército está em colapso quando oficiais superiores estão irritados e insubordinados e, defrontando o inimigo, batalham sem compreender as dimensões da luta e sem esperar as ordens do general.
8. O exército está em desordem quando o general é moralmente fraco e sua disciplina não rigorosa; suas instruções e orientação não são iluminadas; não há regras consistentes para guiar os oficiais e homens; as formações são relaxadas.
9. A derrota é fatal quando um general, incapaz de avaliar a dimensão do inimigo, vale-se de uma força pequena para enfrentar uma maior; ou tropas fracas para lutar com outra forte; ou falha na escolha das tropas de choque para lutar no front.
10. Para se atrair a derrota, há seis condições básicas:
10. a) Desdenhar o cálculo da força inimiga
10. b) Ausência de autoridade
10. c) Treinamento ineficaz
10. d) Cólera injustificável
10. e) Desrespeito à disciplina
10. f) Incapacidade de utilização dos homens escolhidos.
11. É a mais alta responsabilidade do general o exame cuidadoso dessas seis condições. Quando qualquer uma delas prevalece, o exército, definitivamente, encontra-se na rota do fracasso.
12. A adaptação ao terreno é o principal aliado do exército na batalha. Portanto, são virtudes do general superior: considerar a situação do inimigo, calcular distâncias e o grau de dificuldade do terreno, assim como controlar a vitória. Aquele que luta com total conhecimento desses fatores certamente vencerá; aquele que não o faz, certamente será derrotado.
13. Se a situação é de vitória, mas o soberano ordenou a trégua, o hábil general pode decidir o contrário. Se o soberano ordena a luta, diante de uma situação tal que o general sabe não poder vencer, não precisará acatar essa determinação.
14. Portanto, torna-se joia preciosa do Estado o general que, no avanço, não busca a fama pessoal e, na retirada, não se preocupa em evitar a punição, com o único propósito de proteger os homens e promover o melhor interesse de seu soberano.
15. Um general que considera os homens do exército como seus tutelados, que com ele marcharão para os vales mais profundos, sempre trata a todos como filhos amados, e estes, se necessário, morrerão com o líder.
16. Se um general favorece suas tropas, sendo, contudo, incapaz de utilizá-las; se as ama, mas seus comandos não são cumpridos; se é incapaz de controlar as tropas quando desorganizadas, estas podem ser comparadas a crianças malcriadas e são inúteis.
17. Sabendo que minhas tropas são capazes de derrotar o inimigo, mas estando ciente de que ele é vulnerável ao ataque, são de apenas cinquenta por cento as minhas possibilidades de vitória.
18. Sabendo que o inimigo é vulnerável ao ataque, mas não está ciente de que minhas tropas são incapazes de derrotá-lo, são de apenas cinquenta por cento as minhas possibilidades de vitória.
19. Sabendo que o inimigo pode ser atacado e que minhas tropas são capazes de avançar sobre ele, sendo que não percebo a minha desvantagem em relação à configuração do terreno, são de apenas cinquenta por cento as minhas possibilidades de vitória.
20. Os experientes em guerra não cometem erros quando se movimentam; e quando agem, seus recursos são ilimitados.
21. E, portanto, termino esta sessão com este valioso ditado: “Conheça o inimigo; conheça a si mesmo. Assim, sua vitória nunca estará em perigo. Conheça o terreno, conheça o clima. Assim, sua vitória será total”
capítulo onze
1. Relativamente ao emprego de tropas, o território pode ser classificado como: dispersivo, fronteiriço, chave, de comunicação, focai, profundo, pesado, cercado e de morte.
1. a) Quando o exército luta em seu próprio território, está em território dispersivo.
l. b) Quando o exército faz apenas uma penetração rasa no território do inimigo, está em território fronteiriço.
1. c) Quando a ocupação é vantajosa, igualmente e para ambos os lados, luta-se no território-chave.
1. d) Quando há equilíbrio de acesso para ambos os lados, a disputa dá-se no território de comunicação.
1. e) Quando um Estado se encontra fechado por três outros Estados, trata-se do território focai. Aquele que primeiro assume o controle dessa área, alcançará o apoio do “tudo sob o céu”, ou seja, do império.
1. f) Quando o exército penetrou bastante num Estado hostil, deixando para trás muitas cidades e vilas inimigas, caminha em território profundo.
1. g) Quando o exército cruza montanhas, florestas, escarpas ou marcha em meio a desfiladeiros, pântanos, lamaçais, areais ou qualquer lugar fatigante, está em território difícil.
1. h) Quando o acesso é estreito; o caminho para a saída é tortuoso e onde uma pequena força inimiga pode derrotar uma força maior, marcha-se em território cercado.
2. Quando o exército sobrevive apenas se lutar com a coragem do desespero, está no território de morte.
3. Em território dispersivo, não lute; uniformize a determinação do exército.
4. Em território fronteiriço, não pare; mantenha suas forças compactamente ligadas.
5. Em território-chave, não ataque o inimigo que o ocupa; acelere os homens de retaguarda.
6. Em território de comunicação, não permita a separação de suas formações; preste muita atenção às suas defesas.
7. Em território focai, alie-se aos Estados vizinhos; fortaleça suas parcerias.
8. Em território profundo, saqueie; assegure um fluxo contínuo de provisões.
9. Em território pesado, avance pelas estradas.
10. Em território cercado, invente estratagemas; bloqueie os pontos de acesso e saída.
11. Em território de morte, lute; torne evidente que não há possibilidade de sobrevivência, pois é da natureza dos soldados resistirem, quando cercados-lutar até morrer, quando não há alternativa e, quando desesperados, a seguir as ordens dadas.
12. O general precisa examinar sempre, com o maior cuidado, as variações táticas apropriadas aos nove tipos de terreno, as vantagens da luta decisiva ou do combate prolongado e os princípios da natureza humana.
13. Antigamente, os descritos como habilidosos na guerra impossibilitavam ao inimigo a união de seu front com sua retaguarda, evitando que tanto os seus elementos grandes quanto os pequenos mutuamente cooperassem. Impediam também, por esse procedimento, que as boas tropas socorressem as infelizes e que os superiores e subordinados se apoiassem uns aos outros.
14. Se as forças do inimigo estavam dispersas, impediam-no de juntá-las novamente; quando concentradas, colocavam-no em confusão.
15. Quando era vantajoso, as tropas inimigas se concentraram e se moveram; quando não havia vantagem, descansaram.
16. A alguém que me pergunta: “Como lido com uma tropa inimiga bem-organizada, pronta a me atacar?”, respondo: “Capture algo que lhe seja muito caro e ele se ajustará a seus desejos”.
17. Se a velocidade é a essência da guerra então tire vantagem do despreparo do inimigo; viaje por rotas inesperadas e derrote-o onde ele não tomou nenhuma precaução.
18. Em relação a uma força de invasão, são estes os princípios gerais aplicáveis:
18. a) Torne os planos dos movimentos do seu exército — insondáveis.
18.b) Quando você penetra profundamente em território hostil, seu exército deve estar unido para que o defensor não possa vencê-lo.
18.c) Saqueie regiões férteis para suprir o exército com muitas provisões.
18.d) Esteja atento à alimentação das tropas; não as fatigue desnecessariamente; una-as no espírito; conserve sua força.
18.e) Lance as tropas em uma posição a partir da qual não haja escapatória e, mesmo quando enfrentando a morte, elas não fujam. Se preparados para morrer, os oficiais e soldados tudo podem alcançar, efetivando, juntos, os derradeiros esforços. Em situações desesperadoras, não temem nada; quando não há saída, continuam firmes. Em penetração avançada em território profundo, eles se unem e lá, onde não há alternativa, enfrentarão o inimigo em combate corpo a corpo.
19. Tais tropas não precisam de encorajamento para ficar vigilantes. Sem pedir, o general obtém delas o apoio, o seu afeto, a sua confiança; ele as cativa.
20. É bom que os oficiais não tenham nenhum excesso de riqueza, mas não porque desdenhem bens materiais, não tenham expectativas de uma longa vida, nem porque refutem a longevidade.
21. No dia em que o exército receber a ordem definitiva e decisiva para marchar contra o inimigo, as lágrimas daqueles que estão sentados encharcarão suas lapelas; as lágrimas dos reclinados escorrerão por suas faces. Então, lance-os em uma situação onde não haja escapatória e eles exibirão a coragem imortal de Chuan Chu e Ts’ao Kuei.
22. Encorajadas, as tropas dos adeptos da guerra são usadas como “a cobra que responde simultaneamente”, do Monte Ch’ang. Tendo a cabeça golpeada, ela ataca com sua cauda; quando a cauda é golpeada, sua cabeça ataca; quando golpeada no centro, cabeça e cauda atacam.
23. A alguém que me pergunta: “Podemos tornar as tropas capazes de realizar a coordenação instantânea da ‘cobra que responde simultaneamente’?”, respondo: “Sim, pois, embora se odeiem mutuamente, os homens de Wu e Yüch, se juntos em um barco tocado pelo vento, cooperariam como a mão direita o faz com a esquerda”.
24. Na guerra, não é suficiente confiar em cavalos que mancam ou rodas de carroça emperradas.
25. Mediante o uso adequado do terreno, tanto tropas de choque quanto as flexíveis são empregadas para a melhor vantagem.
26. O objetivo da administração militar é cultivar um nível uniforme de valor. O general deve:
26. a) Ser sereno e inescrutável, imparcial e autocontrolado, por vocação.
26. b). Ser capaz de manter seus oficiais e soldados na ignorância de seus planos.
26. c) Proibir práticas supersticiosas, livrando o exército de dúvidas, pois, até o momento da morte, não pode haver preocupações.
26. d) Mudar seus métodos e alterar seus planos, de modo que as pessoas não tenham conhecimento do que está fazendo.
26. e) Alterar os locais de seus acampamentos e marchar por rotas divergentes, impossibilitando aos outros antecipar seu propósito.
26. f) Unir o exército e lançá-lo numa posição desesperada.
26. g) Conduzir o exército, muito adentro, em território hostil e, lá, atacar.
26. h) Na hora da decisão, queimar seus barcos e despedaçar suas panelas; acelerar o exército como se dirigisse um rebanho de carneiros, ora em uma direção, ora em outra, sem que ninguém saiba para onde vai.
26. i) Fixar uma data para a rendição e, depois de as tropas terem se encontrado, cortar sua rota de retirada, como se removesse uma escada debaixo delas.
26. j) Conhecer os planos dos Estados vizinhos, para preparar alianças na hora certa.
26. l) Certificar-se das condições de montanhas, florestas, desfiladeiros perigosos, lamaçais e pântanos. Se falhar em fazer uso de guias nativos, não conseguirá aproveitar as vantagens do terreno e nem conduzir a marcha de um exército; se ignorante sobre três assuntos, será incapaz de comandar os exércitos de um rei hegemônico.
27. Quando um rei hegemônico ataca um Estado poderoso, ele o intimida e impede que seus aliados o apoiem, tornando impossível a concentração do inimigo.
28. Um rei hegemônico não luta contra combinações poderosas nem promove o poder de outros Estados. Ele confia na realização de seus objetivos por sua habilidade de intimidar seus oponentes. E, assim, pode tomar as cidades inimigas e destruir o Estado oponente.
29. Distribua premiações sem respeitar a prática costumeira; divulgue ordens sem respeitar as precedentes. Assim, poderá utilizar o exército inteiro como se o fizesse com apenas um homem.
30. Sem comunicar suas intenções, reparta as tarefas para as tropas, use-as para obter vantagem, sem revelar os perigos envolvidos. Lance as tropas em uma situação perigosa e elas sobreviverão; posicione-as em terreno de morte e elas viverão. Pois, quando colocado em semelhante situação, o exército pode arrebatar a vitória a partir da derrota.
31. O ponto crucial das operações militares refere-se à pretensão de ajustar os próprios interesses às intenções do inimigo.
32. A habilidade de se alcançar um objetivo de maneira engenhosa e astuta está em concentrar as forças contra o inimigo, de forma que de uma distância de mil li pode-se matar o general hostil.
33. No dia em que é colocada em prática a política de atacar, feche as passagens, rescinda os passaportes, não mais receba os enviados do inimigo e exorte o conselho do templo a executar os planos.
34. Se o inimigo oferecer uma oportunidade, tire vantagem dela rapidamente. Antecipe-o na conquista de algo a que ele dê valor e mova-se conforme a data secretamente marcada.
35. Eis a doutrina da guerra: assimilar a situação do inimigo para decidir na batalha. Portanto, em primeiro lugar, seja tímido como uma donzela. Mas quando o inimigo lhe der uma abertura, seja rápido como uma lebre e esse será incapaz de lhe oferecer resistência.
capítulo doze
1. Na guerra, há cinco métodos de ataque com fogo:
1) Queimar as tropas;
2) Queimar as provisões;
3) Queimar os equipamentos;
4) Queimar o arsenal;
5) Usar projéteis incendiados.
2. Nos planos bélicos, é preciso confiar em alguns meios para usar o fogo. O equipamento para lançar chamas precisa estar sempre à mão.
3. Há tempos convenientes e dias apropriados nos quais pode-se lançar fogos.
3.1) Os tempos referem-se àqueles em que o clima está muito quente.
3.2) Os dias referem-se àqueles em que o ciclo lunar se encontra em Sagitário, em Alpharatz, em I ou nas constelações Chen, quando predominam os ventos ascendentes.
4. Em ataques com fogo, necessário se faz reagir a eventuais mudanças de situação.
5. Se o fogo irrompe no acampamento inimigo, imediatamente coordene sua ação do lado de fora. Mas, se suas tropas permanecerem calmas, é melhor aguardar e não atacar logo.
6. Se o fogo atinge grande altura, siga-o de perto, caso isso seja possível. Se não puder, aguarde.
7. Optando por lançar fogos de fora para dentro do acampamento inimigo, não é precisa esperar o total alastramento do fogo lá dentro. Lance fogos em momentos adequados.
8. Quando fogos são aumentados pelo vento, não ataque o inimigo ocorrendo vento fraco.
9. O vento não soprará à noite seja tiver soprado durante o dia.
10. O exército tem de conhecer as cinco situações diferentes de ataque por fogo e estar em constante vigilância.
11. Os generais que usam o fogo para fortalecer seus ataques são inteligentes; aqueles que se valem de inundações são poderosos.
12. Ainda que isole um inimigo, a água não pode destruir suas provisões ou equipamento.
13. É de mau agouro fracassar na exploração dos benefícios gerados pelas vitórias em batalhas. Isso pode ser descrito como “demora ruinosa”.
14. Regentes iluminados deliberam a partir dos planos e bons generais os executam.
15. O general só deve agir se determinada causa realmente for do interesse do Estado. Prevendo seu insucesso, não use as tropas. Não lute se não estiver de fato em perigo.
16. Um soberano não tem o direito de ordenar a convocação de um exército por estar enfurecido, nem pode lutar apenas por estar ressentido. Um homem encolerizado pode voltar a ser feliz e o ressentido novamente satisfeito; contudo, um Estado não pode ser restabelecido em semelhantes condições nem seus mortos reviverão.
17. O regente iluminado abraça a prudência e o bom general sempre está prevenido contra qualquer tipo de ação precipitada. Assim, o Estado se mantém seguro e o exército preservado.
capítulo treze
1. Quando se levanta um exército de cem mil homens para realizar uma campanha distante, os custos decorrentes dessa convocação, juntamente com as despesas do tesouro, alcançarão a quantia diária de mil peças de ouro. Haverá comoção prolongada tanto em casa quanto fora; a estabilidade econômica de setecentos mil lares será afetada e os cidadãos ficarão exaustos ante as exigências de transporte.
2. Entende-se que é completamente destituído de humanidade aquele que confronta seu inimigo por muitos anos para lutar pela vitória numa batalha decisiva. O mesmo se aplica ao que, por invejar posição, honrarias e algumas peças de ouro, permanece ignorante da situação de seu inimigo. Tal homem não é general, não apoia seu soberano, não controla a vitória.
3. A razão do príncipe iluminado e a sabedoria do general hábil conquistam o inimigo sempre que ele se move; as realizações de ambos ultrapassam aquelas do homem comum em previsão.
4. O que é chamado de “previsão” necessariamente precisa ser obtido por meio de homens que conhecem a situação do inimigo. O assunto não pode ser deduzido a partir de espíritos, nem dos deuses, nem por analogia com eventos passados.
5. Os cálculos matemáticos podem comprovar as leis do universo, mas somente os espiões podem avaliar com precisão a situação do adversário. Não se admite superstições nesse particular.
6. Existem cinco tipos de agentes secretos a serem empregados. Quando todos eles estão trabalhando simultaneamente e nenhum conhece o método de trabalho dos outros, são denominados “A Divina Mistura”, passando a representar um tesouro do soberano. Os tipos de agente secreto são:
6.1) Nativo: pessoas do povo do país inimigo, que empregamos. 6.2) Interno: oficiais inimigos que empregamos.
6.3) Duplo: espiões inimigos que empregamos.
6.4) Dispensável: nossos próprios espiões aos quais são deliberadamente fornecidas informações fabricadas.
6.5) Ativo: aqueles que retomam vivos da missão, com informações.
7. Entre os mais próximos do general, o agente secreto é o mais íntimo; é o que recebe os prêmios mais generosos. Assuntos relacionados a operações secretas é o que de mais confidencial existe no exército.
8. O general que não é sábio, humano e justo não pode usar agentes secretos; se não é delicado e sutil, não pode obter a verdade deles.
9. O assunto é realmente delicado! Verdadeiramente delicado! Não há guerra em que a espionagem não seja usada. Mas se os planos relativos a operações secretas são prematuramente divulgados, o agente e todos aqueles para os quais ele os contou serão condenados à morte.
10. Geralmente, no caso de exércitos que você deseja derrotar, é preciso instruir seus agentes para descobrir, nos mínimos detalhes, informações como: cidades que vale a pena atacar, pessoas que deseja assassinar, nomes do corpo de oficiais, do líder da guarnição, dos porteiros, dos guardiões do portão e dos guarda-costas, etc.
11. Procurar agentes inimigos que vieram espioná-lo e suborná-los para que o sirvam é essencial. Dê-lhes instruções e cuide deles. Assim, são recrutados e usados os agentes duplos. É por meio deles, os duplos, que os agentes nativos e os internos podem ser recrutados e empregados. E é também por estes meios que o agente dispensável, armado de falsa informação, pode ser enviado para transferi-la ao inimigo; e que os agentes ativos podem ser usados em tempos apropriados.
12. As atividades dos cinco tipos de agentes precisam ser do total conhecimento dos soberanos, pois é por esse instrumento que as informações imprescindíveis sobre o inimigo podem ser conhecidas. E como tais notícias chegam, em primeira instância, pela boca dos agentes duplos, é obrigatório, portanto, que eles sejam tratados com a maior liberalidade.
13. Nos tempos antigos, a promoção de Yin deveu-se a I Chih, que anteriormente serviu a Hsia; Chou chegou ao poder por intermédio de Lu Yu, um servo de Yin. Chih foi ministro de Hsia, que passou para o lado de Yin. Lu Wang foi um ministro de Yin, que passou para o lado de Chou.
14. Somente o soberano iluminado e o general valoroso, que são capazes de usar as pessoas mais inteligentes como agentes, têm certeza de que vão alcançar grandes coisas.
15. Operações secretas são essenciais na guerra; é sobre essas que repousa a confiança do exército em cada um de seus movimentos.
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